1.9.12

recomeçar também faz parte de viver

queres saber a verdade? sim, eu já te quis levar comigo para todo o lado. já te quis mostrar este mundo e o outro. já quis cuidar de ti. já quis pedir-te para ficares. já quis dizer-te tudo o que corria em mim mas não consegui. a inveja do mundo, o orgulho e o cansaço de todos estes anos falaram mais alto do que tudo o que estupidamente ainda faz parte de nós. mas hoje, não quero mais pedir-te que fiques, que voltes e que me ames. não quero mais dizer-te tudo o que disse ou ficou por dizer. porque eu estou farta que as merdas de entrem a cem e saiam a duzentos. estou farta de me agarrar a pormenores, a sonhos destruídos, a promessas falhadas, a todos estes pedaços de nós. hoje, simplesmente tudo isto deixou de fazer sentido, tanto em mim como em ti. mas sim, eu admito. eu senti e sinto a tua falta, aliás morri e morro de saudades tuas, não o vou negar. nunca o fiz. mas sim, senti e sinto a falta de te ter comigo como todos os dias tinha, de te ver como apesar de tudo me habituei a ver. mas como já disse, hoje tudo isto já pouco me importa. hoje não quero nem vou falar mais disto. hoje já não quero nem preciso de te dizer mais nada. hoje já não sinto mais vontade de estar aqui, nesta cidade coberta de nós. por isso faço as malas e mudo de vida. hoje as saudades já não me sufocam o peito. hoje o coração é capaz de desistir de ti. o coração, o corpo e alma. hoje percebi e aprendi que não podemos sentir falta daquilo que nunca tivemos, daquilo que não vemos e muito menos daquilo que não sentiu um único sorriso e que sempre se esteve a cagar para tudo. hoje percebi que sentir a tua falta é uma verdadeira perda de tempo, mas que será sempre mais forte do que eu. mas tudo bem, eu percebo. afinal tu nunca estiveste ao meu alcance. afinal tu nunca estiveste inteiramente aqui, do meu lado, a lutar por isto. afinal, eu era a única a remar contra a maré. mas hoje, deixei o barco à deriva. larguei os remos. por isso, faz como quiseres. eu vou seguir o meu caminho sem qualquer tipo de vestigíos de ti. vou levantar a cabeça. vou limpar as lágrimas que ainda teimam em cair. vou recompor-me. vou finalmente dar o braço a torcer. não por ti, não por nós, mas por mim. por isso, hoje não te peço mais que fiques comigo, que voltes, que sintas a minha falta porque sei que para ti já sou uma carta mais do que fora desse teu enorme baralho. hoje, não te peço absolutamente mais nada. a não ser que sejas muito feliz. comigo ou sem mim. nesse teu mundo feito de escolhas e de momentos, ou no mundo do coração de alguém. mas por favor, sê feliz. eu faço as malas e mudo de vida. mudo tudo. vou manter-me longe de ti, das pessoas que costumo ver todos os dias e vou conhecer outras. tenho medo, mas tenho uma vida mesmo à minha frente e um caminho novo para descobrir. recomeçar também faz parte de viver...

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